O Design Gráfico, embora seja reconhecido como uma profissão moderna, tem suas raízes fincadas em práticas ancestrais de comunicação visual. A narrativa de sua origem não se inicia com a tecnologia de impressão, mas com a necessidade humana de registrar e transmitir conhecimento por meio de símbolos e imagens. Conforme enfatiza Meggs, “o desenvolvimento da escrita e da linguagem visual teve suas origens mais remotas em simples figuras.
Na Pré-História, as pinturas rupestres de Lascaux (França) e Altamira (Espanha) já demonstravam o uso de pigmentos e representações gráficas com propósitos ritualísticos, comunicacionais e até instrucionais. Essas manifestações, mais do que artísticas, revelam o gérmen da comunicação visual, anterior à própria história escrita. Elementos como pictogramas e sinais geométricos, misturados às figuras de animais, indicam uma tentativa organizada de sistematização do saber.

A transição para sistemas de escrita formal consolida-se na Suméria, com o desenvolvimento da escrita cuneiforme por volta de 3000 a.C., e no Egito com os hieróglifos, ambos funcionando como sistemas gráficos codificados para registrar leis, crenças e comércio. Esses marcos configuram o nascimento do que chamamos hoje de comunicação visual estruturada. A convergência entre texto e imagem, frequente nos manuscritos ilustrados da Antiguidade, como o Vergilius Vaticanus (século IV-V), exemplifica um pensamento gráfico articulado, que combinava narrativa textual e sequenciamento imagético.
Segundo Meggs, o design gráfico, mesmo sem essa nomenclatura, já manifestava-se em códices, manuscritos, inscrições em pedra e papiros, cuja função principal era ordenar e perpetuar informações. Os escribas, nesse contexto, podem ser considerados os primeiros designers gráficos, atuando na intersecção entre estética, linguagem e suporte material.

O papel da escrita como instrumento civilizatório — e do design gráfico como sua expressão visual — é reforçado no livro quando se afirma que “as palavras faladas desapareciam sem deixar vestígios, ao passo que as palavras escritas ficavam. Essa permanência e reprodutibilidade do visual estruturado é o que confere ao design sua importância cultural e histórica.